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A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E A GOVERNANÇA

Por Serge Birepinte

Primeiramente esse artigo não tem a pretensão de ser uma discussão técnica sobre o desenvolvimento e aplicações das Inteligências Artificiais, sobre os modelos, vantagens e desvantagens de cada tipo, e sim uma pequena reflexão sobre o uso inteligente dessa nova tecnologia.

A inteligência artificial (IA) como objeto de estudo científico e trabalho já existe a muitos anos, o termo surgiu em meados da década de 50 e durante muito tempo seu crescimento foi limitado devido a falta de recursos computacionais, retomando com mais força a partir dos anos 90, onde avanços significativos foram feitos especialmente com o uso de grandes conjuntos de dados e algoritmos mais avançados.

Porém no mundo da ficção o tema da Inteligência Artificial chega a ser mais antigo ainda, o escritor americano Isaac Asimov, em 1950 lançou seu livro Eu, Robô, que explora as implicações práticas e éticas do desenvolvimento da inteligência artificial, me parece ser um tema bem atual, não é mesmo?

Hoje as aplicações com Inteligência Artificial estão inseridas em nosso dia a dia em diversos segmentos (alguns exemplos): nos serviços bancários (prevenção a fraude, crédito), assistentes pessoais (Alexa, Siri), trânsito (Waze), nas redes sociais (Instagram, X), eventos (reconhecimento facial), casas inteligentes (controles de temperatura e luz), entretenimento (Netflix, Spotify), recrutamento, etc. Mas o grande tema da atualidade é GenAI ou IA Gen ou Inteligência Artificial Generativa que se refere a um tipo de IA usada para criar conteúdo, como texto, imagens, música, áudio e vídeos, ele traz a falsa sensação de poder e facilidade para criar ferramentas e soluções, porém, ela é utilizada em boa parte, sem uma devida análise de risco e consequências.

Segundo uma pesquisa da BCG[1] 71% dos executivos ao redor do mundo irão aumentar os investimentos em tecnologia em 2024 e 85% irão aumentar seus investimentos em IA / IA Gen em 2024, olhando somente a América do Sul, teremos 63% e 75% respectivamente, que são números suficientemente altos para deixar os gestores de tecnologia com a cabeça fervendo.

Com esses números mostram fica bem claro o aumento dos investimentos na nova tecnologia, porém ainda há muitas questões sensíveis que as empresas devem considerar na implantação desses projetos, como por exemplo: questões éticas, riscos de manipulação, falta de transparência, viés e descriminação, segurança entre outros.

A implantação de um projeto de IA, do ponto de vista de um gestor de tecnologia, deve seguir as mesmas “lógicas” de uma implantação de um novo sistema de informações ou gestão, a partir de uma necessidade apresentada seleciona-se a ferramenta tecnológica que mais se adequa, a partir daí segue-se com a implantação que pode seguir diversos modelos, porém é importante entender que esse crescimento sem um devido planejamento e encaixado num processo de governança bem desenhado corre sérios riscos de fracasso, além de poder afetar a imagem da empresa.

A Trixx Consulting pode te ajudar a avaliar e entender os caminhos que você pode considerar trilhar em sua jornada.

Sobre o autor:

Serge Birepinte é engenheiro com especialização em Tecnologia da Informação, pós-graduado em Economia, Marketing e Meio Ambiente. Possui grande experiencia em gestão de tecnologia da informação, desenhos de processos, e em consultorias de governança no Brasil e no exterior. Atua em projetos de Tecnologia da Informação, Governança, LGPD e como DPO, é Sócio da Trixx Consulting.


[1] BCG: Boston Consulting Group – BCG AI Radar (2024).

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